segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Desafio 1+3 | Uma peça de roupa


No meu roupeiro existem peças de roupa que adoro, outras nem tanto, umas que não me favorecem tanto, outras que me ficam super bem, mas, a cima de tudo, cada uma tem um significado diferente, cada uma carrega uma memória, um momento marcante de quando a tinha vestido. Por essa razão, decidi falar, não em uma, mas num conjunto de peças de roupas que para mim têm um significado especial: o traje académico.

Para quem é estudante numa universidade, seja ela qual for, existe sempre aquela mística do traje académico, principalmente quando se tem irmãos mais velhos e que já os viu usar o traje. Foi isso que aconteceu comigo. Eu vi a minha irmã usar o traje e por isso eu fiquei com o desejo de um dia o usar também. Só que, quando eu própria entrei para a universidade, encontrei um obstáculo, as praxes... Se não passasse por todo o processo de praxe, quintas-feiras negras e tribunal de praxe, não podia trajar. Quer dizer, poder, podia, mas não era a mesma coisa.

Quando entrei, fui disposta a participar nas praxes do meu curso. Tentei ir com a mente mais aberta possível. Mas, passados aqueles primeiros dias de praxe, soube que aquilo não era para mim. Aquelas praxes não eram nada como as que se ouvem falar, à base da humilhação e da agressividade, não, pelo contrária, as nossas praxes eram só á base de pequenas atividades organizadas pelas veteranas, com o objetivo de nos divertir e integrar no curso. Mas, ainda assim, havia qualquer coisa na forma que elas nos tratavam que me intimidava muito. Cheguei ao ponto de ter ataques de ansiedade sempre que nos marcavam uma quinta-feira negra. Foi ai que decidi desistir.

Quando tomei esta decisão, tinha plena noção do que é que isso significava, não podia trajar com a mesma liberdade que as minhas colegas que tinham levado a praxe até ao fim, nem podia participar em certos rituais, como o traçar da capa, mas havia um evento em que o podia usar com o mesmo orgulho que todas as outras, a queima das fitas.

Há quem pense que o traje é como que uma "recompensa" de tudo o que sofreu durante a praxe, e têm todo o direito a pensar isso, mas para mim foi diferente. Para mim usar o traje na queima das fitas, no ultimo ano de licenciatura, foi o culminar de três anos muito duros e conturbados, foi o realizar de um sonho que esperei muito para realizar. 

Não é preciso ter participado na praxe para usar o traje com orgulho. Usar o traje é um direito de cada um e cada um dá-lhe o significado e a importância que bem entender, conforme as suas vivências e crênças.

O meu traje académico.

domingo, 21 de outubro de 2018

Review | Violetas na janela



Violetas na janela é um livro de literatura espirita, psicografado por Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, e ditado pelo Espirito Patricia. Patricia é uma sobrinha de Vera, que desencarnou com apenas dezanove anos, de forma tranquila e pacifica, e neste livro, a partir da sua tia, relata-nos a sua jornada pelo mundo espiritual, mostrando-nos o que ele tem de melhor e belo, sem esquecer o que ele tem de pior.

Quando comecei a ler este livro, a primeira impressão que tive foi estranheza, pois, apesar de acreditar que pode haver vida depois da morte, ler este relato, ainda por cima sabendo que é verídico, impressionou-me muito. Cheguei até a pensar que não iria conseguir chegar ao fim deste relato. Mas, á medida que ia lendo cada palavra, comecei a ficar cada vez mais agarrada e interessada em saber mais e mais.

No seu relato, Patricia conta-nos como é a vida no plano espiritual, ou melhor, como é a vida de desencarnada. Quando passa para o outro lado, tudo é perfeito e belo, mas à medida que o tempo vai passando e vai ouvindo relatos de outros desencarnados, apercebe-se que o mundo espiritual também tem um lado obscuro, isto é, que a desencarnação não é fácil para todos. Para os que lêem este livro, estes relatos são também ensinamentos sobre o bem e o mal que estamos a fazer aos nossos próprios espíritos.

Como já partilhei aqui, a morte é uma coisa que me impressiona muito, e até me causa algum medo, mas, ao ler este livro apercebi que o meu verdadeiro medo é mesmo do desconhecido. O que me vai acontecer quando chegar a minha hora? Para onde vou? Será que vou reencontrar a minha avó, seja onde for? Por outro lado, ler este relato também me tranquilizou um pouco, fez-me pensar que eu talvez também possa ir para um sitio tão bonito, como o que ela descreve, e continuar a viver, feliz e realizada.

Para terminar, deixo-vos a frase do livro que causou mais impacto em mim e que mais me fez pensar:

Tudo o que narro poderá parecer ficção, mas o que é a morte senão uma nova etapa da vida?
(Violetas na janela, P. 85)

Se perderam alguém, à já algum tempo ou recentemente, e se acreditam na vida depois da morte e no mundo espiritual, recomendo-vos vivamente a ler este livro, vai dar-vos uma perspetiva tranquilizadora do que pode ter acontecido aos ente queridos que perderam.

Agora, digam-me de vossa justiça! O que acharam deste livro? Ficaram com curiosidade em lê-lo? Acreditam na vida depois da morte?

terça-feira, 16 de outubro de 2018




Eu sei, eu sei... Voltei a deixar o Daisy's ao abandono... E por isso peço mil e uma desculpas, a vocês, a este cantinho que merece muito mais empenho e dedicação do que lhe tem sido dado e, sobretudo a mim, que me tenho privado a mim própria de fazer o que mais me apaixona, que é escrever, por ter medo de não ser boa o suficiente, por não acreditar em mim e no que sou capaz.

É por esta razão e tantas outras que entrei num bloqueio da qual não consigo (ou penso que não consigo) sair. Por estar demasiado focada no que vão pensar do que escrevo, se vão gostar ou não, se é interessante ou não, esqueci-me de mim e do que realmente interessa, que é fazer o que gosto e divertir-me a fazê-lo. 

Escrever tornou-se quase um martírio, um circulo vicioso de escreve/apaga, escreve/apaga, que me levou a deixar o blog e as minhas histórias cada vez mais para trás. Numa altura tão difícil da minha vida, tal coisa não devia ter acontecido. Devia ter-me agarrado a esta paixão com unhas e dentes e fazer do meu sofrimento algo de que realmente me orgulhasse. Ideias para escrever aqui no blog não me faltavam, o que faltava era a motivação - e a coragem - para as pôr em prática...

A verdade é que, apesar de não publicar nada à já várias semanas, o Daisy's nunca me saiu da cabeça. Li muitas coisas, posts com dicas de outras bloggers, criei um banco de ideias para posts e até estou a pensar criar um Bullet Jornal para me orientar melhor com as publicações e outras coisas. Basicamente, passei todo este tempo a tentar aprender como ser blogger, ou melhor, a tentar encontrar a minha voz. 

Não, ainda não a encontrei, mas acho que este post é a prova de que estou tentar e não vou parar até a encontrar. 

Adivinham-se meses de muito trabalho, com trabalhos da faculdade e a tese (a temida tese...), contudo não quero voltar a deixar este cantinho ao abandono. Por isso, como referi no ultimo parágrafo, vou criar um Bullet Jornal para me orientar melhor e conciliar tudo de maneira a não deixar nada para trás.

Das muitas dicas que li de outras bloggers, uma das que me fez mais sentido foi que, para crescer, um blog tem de ter uma periodicidade mais ou menos definida para a publicação dos posts, de maneira a que os leitores saibam mais ou menos quando é que saem novidades. Como tal, quero deixar já esclarecida esta parte. Não vou ter dias fixos para publicar, mas estou a pensar fazê-lo uma ou duas vezes por semana, ou talvez mais, conforme a minha disponibilidade.

Para terminar, deixo aqui uma promessa, que faço a mim própria - e também a vocês -, nunca mais me deixar pressionar por medos parvos e escrever, escrever, escrever!
 
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